domingo, 27 de outubro de 2013

Era ela e chovia..



Rain. 
Ela empunha
uma ‘sombrinha’ lilás 
sobe e desce os degraus
do outro lado o fluxo
é mais intenso.
Ela entoa
uma  voz
um ódio
uma ode
uma amizade
vista pela greta
pelas frestas esquecida.
Ela espia
e nem reconhece
o plágio
as plagas que ficaram
o destino socado entre
os dentes de alho
o destilado curtido
com fruta tropical
o despetalar primaveril.
Ela entanto
relia as tribos
as pinturas de guerra
as guerras particulares
os grafites
os disfarces tantos
e ainda debocha com uma
leviana caricatura de si mesma.
Acid storm.

domingo, 13 de outubro de 2013

Cada qual



nós que
já não somos
somos você y eu
você sem mim
por conseguinte
eu e este de sempre
e nada de
protesto de
manifesto de
infestar
congratulações
cada qual com o
seu cansaço
gordura e
                                                                  decrepitude.

Um cego ceifar



        olho que não vê 
        olho que nem sei
   de olho em você
                 em órbita 
                 em rede
meu olho procura
         você desorientada
qual 
        jangada febril
        ébrio ciclope
meu olho te vê
e você nem é mais
mi    ojos
mil   olhos 
           desarticulam
  você foi-se(ce)
  você            ceifa.

sábado, 12 de outubro de 2013

(des)crer



estão tentando me 
fazer crer
estou pôr desaparecer
crêem possível
em meio aos reis as damas os valetes
tenho um as 
         um não
e são muitos os floreios
lácio impuro
dizem que vêem muitas graças
sério encho minha taça
e não acho nenhuma...

sábado, 5 de outubro de 2013

Propício

momento propício
mesmo sem o 
consentimento
usar os artifícios
ignorar
logo ali 
dentro/fora 
profundo abismo