Qual foi o dia em que você descobriu
que não conseguiria mais
parar o processo natural,
irreversível e inevitável do
envelhecimento?
Quando foi o momento em que você
sentiu o romper
da sensibilidade dos que te
rodeiam e que por conseguinte
o seu(questionável)
amadurecimento não lhe trouxe
o respeito e admiração de outrem,
mas, o desprezo
e esquecimento?
Como foi não ter nenhum
significado
o que falaste,
o que fizeste(com tanta
propriedade e metafísica)
não terem dado menção aos seus efusivos
monólogos em que você mistura
Nietzche e Suassuna,
não convencer os “intelectuais”
de ar condicionado e vinho francês,
tampouco os pobres e
iletrados açougueiros que em sua inocência
propagam a matança covarde e
o aquecimento global?
Não serás lido, entendido, admirado
ou coisa que valha,
não viajará ‘darkamente’ ao
passado para mudar aquele dia
que achas relevante; a
sucessão de erros continuará...
como e quando você tentará
furtar o pêndulo
que te impele pra treva?