Eu estiver preste a matá-la
se o olhar...
eu desejei trucidar
toda aquela indiferença
e descaso,
sim, eu quis arrancar-lhe
o fígado e sorver ali mesmo
com o sangue escorrendo
pelo meu antebraço,
pensei sério em chibatadas,
sangue, sal e vinagre,
aquilo acalmaria meus nervos,
não tendo a precisão cirúrgica
do doutor Lecter, eu te causaria muita dor,
despreocupado eu encheria minha taça
com mais vinho seco,
estive perto à dar cabo ao desamor
que nos ronda,
que me desorienta
que te desobriga...
você suspira com desprezo
e eu vocifero raivoso,
isso não vai dar em coisa boa...
vamos pro terraço, sentemos no beiral,
é aqui que detonaremos o quê
nunca foi de fato,
foda-se,
lá embaixo seremos apenas
dois desconhecidos,
cada qual com seu
karma...