Da
Surpresa
Ao
Destrambelhamento.
Segue.
Ciclotímico.
Saindo o
Errático é
Qua
Se
Mpre
Fatal.
Tal
Qual o
Impregnar
D’uns
E o desprender
De outros
Tantos.
Da
Surpresa
Ao
Destrambelhamento.
Segue.
Ciclotímico.
Saindo o
Errático é
Qua
Se
Mpre
Fatal.
Tal
Qual o
Impregnar
D’uns
E o desprender
De outros
Tantos.
CERRAM-SE AS PÁLPEBRAS
CANSADAS E ÚMIDAS.
ENCERRA-SE A NOITE.
‘DESANOITECE’!
O VÔO CICERONE LHE MOSTRARÁ
[A AURORA.
NENHUM ESPECTRO RONDARÁ MAIS EM
[TEU SONO.
II
VER-TE-EI SORRINDO
SÓ EM LEMBRANÇAS?
VER-ME-ÃO POR OUTRAS PLAGAS.
EXÍLIO!
O CEGO VIRTUOSE NÃO TOCARÁ MAIS
[ACALANTOS.
NEM TAMPOUCO OUVIRÁS OS SONS DO
[OUTONO.
III
GRANDE TARDE SENSABOR
DE MÃOS A SANGRAR.
SOB O EFEITO IPNÓTICO; SILENCIO.
DESALENTO!
NO AFÃ DE FUGIR DOS DEVANEIOS DO CORAÇÃO,
[SOFRO.
AGORA SIGO, QUAL ERMO CAVALEIRO, NO AMARGOR
[DE SUA AUSÊNCIA.
Março 1996
Para o ralo
Tudo que disse.
Para o esgoto
Tudo que fizeste.
Para o inferno
Suas pequenas frases,
Chatas, de duplo sentido.
Sem sentido.
Para as profundas
Com sua capacidade
(desprezivelmente escondida)
De ofender/magoar.
Para os quintos
Todos os seus garranchos.
Para o mesmo
O uso que fazes
Das palavras,
Elas não diferem em nada
Do arroto dos medíocres.
Para os brejos
Este reles conhecer,
Que não passa de
Entretenimento inútil.
Para os pântanos
A falsa bondade.
Para as trevas
Suas explicações,
Suas desculpas.
Para as trevas
O quê pensa das pessoas,
O quê pensa que sois.
Para a fossa
Suas combinações
(imperfeitas)
Doce seco vísceras.
Pára, você não é
Nada daquilo.
Pára, você não é
Diferente.
Você não é nada.
Ninguém precisa de você.
Os aborígines
Longevos
Longe dos
Olhos incautos
Dos civilizados.
Os empíricos
Cegos para
As letras
Tortas.
Os bárbaros
Ao largo da
Barbárie moderna.
Os nativos lassos
Dos esquálidos
Sons metálicos.
Os seres quedos
Nas pocilgas
Cotidianas de
Vidas medianas.
No vasto
Vazio de uma
Amplidão turva
Me junto a eles e
Permaneço como a
Esperança:
Ferido de morte.
Abril de 2005
Overture para iniciar,
Allegro não me alegra Assai;
Espero sôfrego pelo Finale,
Mesmo que não seja Gran.
TU CRES
QUE
PODE
ENCANTAR-ME
(COMO UMA SEREIA)
COM ESTE
OLHAR
CREPUSCULAR?
ANOITECES.
EU
AMANHEÇO.
Finalmente
Lembrou-se
Do quê havia sonhado;
Então se levantou da
Poltrona e foi até o
Alpendre para regar as
Bromélias.
O
VENTRÍLOGO
POLIGLOTA
PANTOMIMAVA
FANTASMAGORICAMENTE
FRASES
GRANDILOQÜENTÍSSIMAS.
E A
PLATÉIA (COAGIDA)
OVACIONAVA.
MADRUGADA.
ARRASTAM-SE OS PÉS
COMO BÊBADOS,
O ALARIDO É ENORME;
OS QUE DORMEM SE AGITAM
NUM SEMI-SONO...
E NAS RUAS OS CÃES LADRAM.
URROS/UIVOS/LAMENTOS
GUTURAIS TORMENTOS
CAVALGO MEU ÂMAGO
GALOPO MINHA PSIQUÊ
NARCISO SEM REFLEXO
LODO/LAMA
ÍCARO SEM ASAS
ASSUMO MINHA PERPLEXIDADE
O NÃO/SABER
NÃO-SABER
BUSCO-TE NOS DESVÃOS
DESVARIOS
LÂMPIRA
NOCTÂMBULA QUASE
SONÂMBULA
INTUAI DUMELA*
RECEBE-ME DÓCIL E FALANTE
E DE SUA SEMI-NUDEZ
MINHA MUDEZ.
*Palavra (dialeto) de origem africana, portanto
A grafia pode está incorreta, e quer dizer
‘Aquele que recebe com fogo’.
No Acaso Termino
No Aleatório Findo
Sou Pequeno
Minto
Perco-me
Meu Universo é
Meu Labirinto
Caleidoscópio
As Cores não são
Cinza Quase
Talvez Reflexo
Palidez e/ou Negror
Lâmina e Corte
Crio Caso
Não Creio
Idéias numa Nebulosa
Ideais na Torrente
Tormento
Desprezo o meu
Desespero-me
Não Tenho Par
Pário
Despatriado
Busco (em vão) em outrem
A Sílaba Murcha
Do Silêncio
De uma Hora Uivada
Fragmentos de um Ser
Carcomido Pela
Embriaguez Insuportável
No meu Tugúrio
Antropofagizo-me
Sozinho
Mato-me.
Segure em minhas mãos indigentes talvez
E compare os exemplares
Da contida ressurreição
Inseminada nas árvores...
O discreto charme da
Minha impotência, vêm
Novamente atormentar-me.
Impotência psíquica...
Por Zeus!
Meu camarada acabou de anunciar
Que ‘ama o lesbianismo’.
In nomine Dei. Qual?
O Cinema, a Música, a Literatura... Eu.
Queimam a pureza
Da cena na barbatana
Da imarcescível ‘Roseira’.
Sem ritmo, sem melodia, sem roupa,
Nem tampouco idéias. Só palavras desconexas
Pingadas de lábios vermelhos de tanto
Sexo oral.