sábado, 29 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Ermo
CERRAM-SE AS PÁLPEBRAS
CANSADAS E ÚMIDAS.
ENCERRA-SE A NOITE.
‘DESANOITECE’!
O VÔO CICERONE LHE MOSTRARÁ
[A AURORA.
NENHUM ESPECTRO RONDARÁ MAIS EM
[TEU SONO.
II
VER-TE-EI SORRINDO
SÓ EM LEMBRANÇAS?
VER-ME-ÃO POR OUTRAS PLAGAS.
EXÍLIO!
O CEGO VIRTUOSE NÃO TOCARÁ MAIS
[ACALANTOS.
NEM TAMPOUCO OUVIRÁS OS SONS DO
[OUTONO.
III
GRANDE TARDE SENSABOR
DE MÃOS A SANGRAR.
SOB O EFEITO IPNÓTICO; SILENCIO.
DESALENTO!
NO AFÃ DE FUGIR DOS DEVANEIOS DO CORAÇÃO,
[SOFRO.
AGORA SIGO, QUAL ERMO CAVALEIRO, NO AMARGOR
[DE SUA AUSÊNCIA.
Março 1996
domingo, 23 de novembro de 2008
Poema que ventou
Folhas podadas recobrem o chão.
Círculo dos passantes e dos amantes.
Praça. Alma. Temporada. Revoar. Invasões. Chocolate. Íncubo. Árvore.
Mãos nos bolsos. Displicente andar.
Jeans & Salto. Cocar solto.
Solta o sorriso de quem espera.
Seios. Imagem. Langor. Véspera. Apoteose.
Deserta rua. Passos num vagar.
Faróis sobem, faróis descem.
Mas o luzir está nos corpos
que se deleitam no deitar.
Cabeleiras. Amálgama. Mistério. Precipício. Olhares. Suspiros.
Resta comigo um adeus contido.
Um salmo laico. Epifânico.
Resta comigo um abrupto despertar.
Trovoada. Enigma. Aroma. Mosaico. Orgasmo.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Pra mim mesmo
Para o ralo
Tudo que disse.
Para o esgoto
Tudo que fizeste.
Para o inferno
Suas pequenas frases,
Chatas, de duplo sentido.
Sem sentido.
Para as profundas
Com sua capacidade
(desprezivelmente escondida)
De ofender/magoar.
Para os quintos
Todos os seus garranchos.
Para o mesmo
O uso que fazes
Das palavras,
Elas não diferem em nada
Do arroto dos medíocres.
Para os brejos
Este reles conhecer,
Que não passa de
Entretenimento inútil.
Para os pântanos
A falsa bondade.
Para as trevas
Suas explicações,
Suas desculpas.
Para as trevas
O quê pensa das pessoas,
O quê pensa que sois.
Para a fossa
Suas combinações
(imperfeitas)
Doce seco vísceras.
Pára, você não é
Nada daquilo.
Pára, você não é
Diferente.
Você não é nada.
Ninguém precisa de você.
sábado, 15 de novembro de 2008
Poema Mentira
bom poema é que
em cada
releitura
ele deve desferir
um novo golpe,
cada ataque
mais forte baque.
Que contenha uma
verdade que se desfaz
& uma mentira
verdadeiramente
inventada.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Poema Punhal
pera, nua pu
nhal em punho, u
ma ânsia de dev
orar minha car
ne, nas mãos o tre
mor que ante
cede o gozo, qu
e eu escor
reria, enchur
ruda de suor san
gue, e grato pe
lo fim do fás
tio e dos soli
tários orgasm
os eu uivar
ia um acala
nto com a mes
ma sobrieda
de febril dos des
ajustados.