segunda-feira, 22 de julho de 2024

Olhos que não ouso olhar em sonhos

                 olhos ocultos 

                 olhos em segredos

vozes dentro dos olhos ecoam

                 olhos solenes

                 olhos silentes

 sobre a mobília olhos míopes 

                 olhos na vigília, ensangüentos 

  nas ruínas dos olhos vagueiam recordações

 pupilas dilatam olhos mudos

             nos olhos as órbitas transcendem

                 olhos ocos, oco cérebro

     vales entre olhos outrem e eu

                 olhos sem sintonia

             dos olhos sinais transversais

    tremulam nos olhos sinfonias

    delírios nos olhos meus

        nos teus olhos faíscas fulminantes

      na luz dos olhos meus, amanhecer

   na neblina os olhos teus, crepúsculo

        obscuros olhos trevas trazem

                 olhos revelando a frialdade

  embriaguez, os olhos soluçam

     sóbrios, os olhos perdem-se

            teus olhos num acalanto

            meus olhos suspensos em susto

          nossos olhos frios não

                       fosforescem mais as

                       fugidias almas nossas

 

teus olhos

 nos olhos meus

 não       mais.

Nenhum comentário: