segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pra mim mesmo

Para o ralo

Tudo que disse.

Para o esgoto

Tudo que fizeste.

Para o inferno

Suas pequenas frases,

Chatas, de duplo sentido.

Sem sentido.

Para as profundas

Com sua capacidade

(desprezivelmente escondida)

De ofender/magoar.

Para os quintos

Todos os seus garranchos.

Para o mesmo

O uso que fazes

Das palavras,

Elas não diferem em nada

Do arroto dos medíocres.

Para os brejos

Este reles conhecer,

Que não passa de

Entretenimento inútil.

Para os pântanos

A falsa bondade.

Para as trevas

Suas explicações,

Suas desculpas.

Para as trevas

O quê pensa das pessoas,

O quê pensa que sois.

Para a fossa

Suas combinações

(imperfeitas)

Doce seco vísceras.

Pára, você não é

Nada daquilo.

Pára, você não é

Diferente.

Você não é nada.

Ninguém precisa de você.

Um comentário:

Patricia Alhures disse...

"...Profundissimamente hipocondriaco..."