domingo, 6 de maio de 2012

Ira de Mulher


Cafajeste!!
Canalha!!
Ela tinha um jeito rodriguiano de dizer,
e eu adorava aquilo,
era tudo encenação, mise-en-scène pura, teatralidade.
- eu falei minha filha, ‘batata’, é furada...
repetia com a voz esganiçada da mãe,
e eu lá, ‘bibelô’, me achando,
- um pinto, pinto todo homem tem...
e eu ainda pensei em dizer:
- duro é achar um com a minha desenvoltura,
gozar dentro e ainda te chupar;
mas, deixei pra lá, fingi ser Benson, tocando Take Five.
- você ainda vai se foder...
O velho tripé estava de volta:
reclamar, xingar e pôr defeito;
concordei mimicamente,
mas, bati três vezes na madeira,                                                                                                      disfunção erétil, isso não...
- gonorréia, ela gritou á plenos pulmões,
mais uma vez me desejando mal,
lembrei de,  O pulso do Titãs,
- tudo bem, tem cura, pensei.
Tentei ponderar, o quê me impele pro vício,
o quê me distancia da virtude, depois
concordei com as inúmeras vezes que ela disse:
Você não é romântico!
Adormeceu; pulsos cerrados, semblante amarrado,
e na baba muitas maldiçoes;
Tirei-lhe a calcinha e... eu sabia:
É TERRÍVEL A IRA DE UMA MULHER POR NÃO TER SIDO COMIDA!

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