Mesa de bar, rolando a música 'Vôo de Ícaro do Robertinho de Recife; ela está de penteado
novo que à princípio ele nem nota, ele com o cachecol que foi um presente dela.
Algo do tipo: 'Sobre Café e Cigarros' do diretor americano Jim Jarmusch.
novo que à princípio ele nem nota, ele com o cachecol que foi um presente dela.
Algo do tipo: 'Sobre Café e Cigarros' do diretor americano Jim Jarmusch.
-
Há em seu semblante uma interrogação, parece trovejar. - Você está mais pra Chico Buarque do que para Nelson Rodrigues.
-
Hummmm????
-
Tento explicar: você está mais para ‘mil perdões’ do que para
‘perdoa-me
por me traíres’, é como se a culpa de você estar traindo
fosse
sempre do babaca, e quando é traída nunca fosse culpa sua,
imunidade
adquirida, eu posso, mas não admito, tipo isso.
- Nossa
quanta perspicácia meu querido...
-
O cinismo e o sarcasmo não ficam bem em ti, deixe isso pra suas amigas;
é
você aviltando o outro e concedendo pra si mesma o perdão
por
um erro semelhante.
-
Além de filosofia agora temos psicologia de buteco, vamos lá continue
esta
profunda análise da minha persona, atire pedras, faça e seu julgamento,
condene
a minha fraqueza carnal.
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Pare de se fazer de vítima, encenação despropositada...
-
Vamos pedir outra garrafa de vinho?
-
Claro, este papo chato me deu fome...
-
Quero o meu ao alho.
-
Prefiro à bolonhesa.
-
Em pelo menos uma coisa você acertou.
-
O quê?
-
Chico Buarque, adoro.
Ela
cantarola: ...’futuros amantes, quiçá
se amarão sem saber
com o
amor que um dia
deixei pra você.’
- Bom,
mas você precisa desprender um pouco deste velho tour
sempre
com as mesmas paradas.
-
Entendo, depois que comermos pegarei umas dicas contigo.
-
Será um prazer.
-
O prazer próprio é o que conta, não é?
-
É!
-
Mas, por favor, não venha com aquela barulheira Avant-Garde.
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