quarta-feira, 28 de maio de 2025

Efêmeros

passei
passamos
e o quê ficou
o quê resta
no fundo da memória ‘Alzheimer’
na lembrança de lapsos
o quê ficou
em cada âmago
o vazio
o esquecimento
puro e simples...
 
passei
passamos
ela foi mais brutal que o
capitão Nascimento
me pedindo pra sair
pra sumir
covarde que sou
sai pela portinhola
que estava entreaberta
pulei a pequenina janela
do sótão
esgueirei pela fresta
mal iluminada...
 
passei
passamos
o segundo andar
congelou corações
como uma noite de nevasca
no deserto
não mais
nenhuma aurora boreal
trará de volta
o frescor
da primeira manhã de outono
que adentra
sorrateiramente pela
epiderme...
 
passei
passamos
e o ‘tal’ amadurecimento
permanece lá entre felinas
ferozes leoas defendendo
suas crias
(sic)
inatingível...   



4 comentários:

Davi Machado disse...

nenhuma aurora boreal
trará de volta
o frescor
da primeira manhã de outono
que adentra
sorrateiramente pela
epiderme...

Achei inteligente e bonito.

Sonya Azevedo disse...

Muto inteligente e reflexivo. Não corrigimos o passado, mas podemos aprender com ele. Luz e paz. Uma ótima noite

cacos poéticos disse...

Obrigado Davi Machado pela visita e comentário.
Que alguns destes 'cacos' te cause horror, repulsa ou delírio, mas nunca indiferença...
A porteira estará sempre aberta, todavia cuidado com o mata-burro, com o desfiladeiro, com o báratro logo ali ('ali' de mineiro)kkkkkkkk
Forte abraço!

cacos poéticos disse...

Olá Sonya, muito me apraz a sua vinda por cá.
Vamos 'matutar' possíveis parcerias em alguns rabiscos, correr riscos, sem pretensões,
somente seremos pequeninos de nós mesmos, deixemos a grandeza para 'Fernando', 'Carlos', 'Augusto', 'Castro'... rs rs rs
Abraço carinhoso!