domingo, 6 de dezembro de 2009

Valer

MERCY
não carece, absolutamente;
MERCI
estão dispensadas as formalidades;
ADIÓS
agora sim, algo de valia.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Coquetel

          QUERO
             UM
    COQUETEL
             DE
   COQUETES
         QUENTES.
         QUANDO?
                  NOW!
                 

domingo, 22 de novembro de 2009

Alívio

Uma
sen
sação
de
alí
vio
aba
teu-
me
poder-
se-
ia
cul
par
um
sem

mero
inclu
índo
meu es
tado
beli
gerante.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Espera

Escuse-me!
- Crês, de fato, na fatalidade indestrutível do esquecimento?
- E tu, acredita na permanência indelével para outrem?
Por volta da meia noite embarcariam, cada um com seus motivos,
rumo ao incerto, ao desconhecido...
- Que horas tem?
- 23:15
O choro de uma criança rompia o silêncio e o breu da estação.
Um só pensava em uma garrafa de vinho tinto,
e o outro no retorno das borboletas.

Perder

Burilou o tempo,
não tinha o quê perder,
somente sua infelicidade
& a caricatura de algoz.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Casulo

Ficou
em frente,
ouviu
enfrente!
mirou
puro enfeite,
tornou
a olhar,
seus medos todos ali
enfileirados,
desarmado de coragem
volveu
para seu casulo,
seu grilhão
.

domingo, 1 de novembro de 2009

Killer

Nas paredes uma cor ferrugem, do cano rachado sai uma água imunda,
a iluminação é precária,
ele soletra algo incompreensível, tipo, Petra Von Kant,
todas as garrafas estão vazias,
na cama de molas o corpo da garota está todo recoberto de sangue,
tenta inutilmente limpar os respingos em seu rosto,
já não se importava com pistas, vestígios, com nada,
levantou-se, colocou um vinil com o adágio do Albinoni e foi trocar de camisa,
ligou o ventilador de teto, parou enfrente ao espelho, disse pra si:
-tenho que dar uma volta, tenho que beber algo
de passagem arrumou o corpo dela na cama, ela tinha lindos seios e uma pequena tatuagem
no ventre, a infelicidade em seus olhos desaparecera,
acendeu um cigarro, chamou-a de anjo e saiu,
pra ele era só mais uma vítima, e que muito provavelmente se repetiria,
-uma garrafa de selvagem, por favor...

Acomodação!

As idéias que tive durante

todo o dia

escoaram,

pouco importa,

não era pra...

ao menos chove;

apago a luz & tento

esquecer minha

improdutividade,

pior ainda, meu

acomodamento.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Impregnado

Assíduo na

acidez

entorno

em torno

(sem adorno)

da fealdade

do fel

e me

impregno.

(Trans)formo (n)um

estorvo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Olho do Cachalote


No olho do
cachalote,
eu me vejo
com inconteste
nitidez,
o ser pequenino
que sou.







Capa do Belíssimo filme Húngaro:
"As Harmonias de Werckmeister"

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Felação

Que destreza com o

Fechecler,

Vontade mútua.

Sincronia,

Lábios &

Língua,

Unhas pintadas

Cravam em mim.

E o quê dizer

Daquele olhar pra cima

Ainda insinuante,

Sorriam,

Delírio, nos meus.

Ah! A proteína,

Degusta,

Vira creme pro rosto.

Nem perguntou meu nome,

Chamou-me:

'Evil'.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Entre y Só.

Entre os quais

Eu me retiro.

Incluo-me

Fora dos quais.

Qual retirante

Entro.

Dentre os antes,

Quase ou

Talvez.

Doravante

Dentro,

Todavia

Só.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Anonimato.

Anonimato.

Ano após

Ano

Desanimo

De

Sair do

Mato.


Cão Estúpido

Nem me pergunte,

calo,

inFANTE coberto de

pó,

prosaico.

Nem diga nada,

do BUKOlico

que sentes,

do amor louco,

todos os gracejos.

O cão se perdeu

no rompimento do cíclico, y

Estúpido, ri de sua

(des)graça.

Última Visita


“Angelo della Morte”.

Brisa no terraço, no

Mar do

Mediterrâneo

Memórias aos

Gritos são

Ditadas.

Castiçais,

Cítaras,

Quimono e espada,

Livro de poemas,

Uma visita.

Close.

Sim, claro,

Agora sei;

Michael

Queria parecer

Miss Taylor.

domingo, 11 de outubro de 2009

Trasbordo

Aos trancos

Pontapés e

Solavancos,

Fui atirado ao Arrudas,

No trasbordar

Levado,

Enchente;

Encheram-se

De mim.

domingo, 4 de outubro de 2009

Não temo mais.



Já não temo mais a solidão;

tenho um par de tênis para ser lavado,

meia dúzia de livros ainda não lidos,

tenho que apagar todos aqueles nomes na parede,

& outros tantos na agenda.

Não terei filhos nem netos para cuidar de mim,

para me ouvir, me aporrinhar;

nem por isso.

Não temo mais,

na estante alguns filmes pra ver,

e poucos pra rever,

rabiscos incompletos,

e uma enorme indisposição para

explicações inúteis,

discussões idem.

Já não importa mais

minha barba por fazer,

o cabelo oleoso ou

a falta de uma foto minha nos “amigos”.

Tenho coisas menores para cuidar,

a caixa de fósforos acabando,

uma escova nova,

jornais velhos, uma cruzadinha;

preservativo, condicionador...

Na falta de uma visita espontânea,

uma profissional.

Já não temo mais a solidão.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Livro da Avó


Como?
Você supõe?
Pensei que tivesse certeza.
Mas, não importa,
dúvidas, incertezas e discordâncias
fazem parte do
processo criativo, produtivo...
Um açaí bem gelado com bastante granola, o que você acha?
Com sua ríspida e rústica ruptura o assunto foi parar lá nos
condimentos.
Nossa, pimenta síria...
Ela odiava aquela desenvoltura para qualquer tipo de assunto,
antes um não sei sincero; pegou o celular, não era ninguém,
mas, precisava de um álibi, disse:
Tenho que ir, minha avó quer me mostrar o livro
que acabou de ganhar.
E qual é?
Ela, já do outro lado da rua:
Lautréamont.

sábado, 26 de setembro de 2009

Girinos

Ao som de

Spyro Gyra

os girinos

bailavam

n’água.

Com uma

única certeza;

nenhum

Príncipe.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vamos

Vês?! eu

Vim.

Vê-se, en-

Velheço.

Vejo

Vir, des-

Velo.

Velo por.

Vê-lo

Vesgo y

Vergonhoso.

Ver-me

Verme no

Veemente

Vislumbre, que

Vago! nada

Vamos y

Veremos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Variantes


Foto: Isaias de Faria

Na murcha
solidão do
telhado o
término da
partida.

Solidão murcha,
no telhado
a partida sem
finta
finda.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Proscrito

Apregoam com

Veemência sua

Estupidez.

Ele,

Proscrito

Passa ao largo,

Mantém o

Silêncio,

Não merecem

Palavra, sequer.

Extravio sabe-se.

A anuência alheia?

(sem titubear):

Pros quintos!






segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dissolução

Descerebro o

Dissoluto.

Remota a

Renovação.

Dispensa o saber,

O dissabor concretiza.

Nenhuma peneira

Pro alto,

Nenhuma celebração.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vôos

Meço as palavras,
enervo,
desisto
de
dizer.
Pensei ter lido
a necessidade de um
sentimento;
ledo engano,
nada!
é noite,
faz calor,
os copos estão
cheios e gelados.
Os vôos
retornam,
renovados,
revoadas dentro,
migrar
deve outro.

Sin

Sem Sun

Sem Son

Sem Som

Sem Sim

Sem Sêm-

em

Sem Sen-

ão

Sem Se

Sem Ser

Sem Nada.

Só Sin

Sem-

pre.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Manhã Solar

Manhã Solar na Estação
transeuntes y
transportes
trafegam
apressados,
claridade amena
serena,
pena
separar
se faz
na
Manhã Solar na Estação.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Magia

Revelo minha mágica,
minha farsa.
Aludo uma
obsidere.
Iludo os
obsecados.
Que chiste!
As gargalhadas
transmutam,
soluços &
tremedeira.
Um palhaço ri.

domingo, 23 de agosto de 2009

Não vai dar

Que bom,

Veja você,

Acho que não vai dar,

Choveu,

Tenho que contar

As pegadas do rebanho,

Tenho que fotografar

O passante vento,

Pensar uma fuga,

Mudo em meus pecados.

Faz frio,

Devo ir,

O fastio é assaz.

Caminhar,

O reino já foi tomado pelo

Pântano,

Ao mar os ratos,

Abandono.

Olhe,

Não vai dar,

Nada de maldizer,

Fúria ou espirro;

Um eclipse a ser visto

Uma surpresa sempre

Deixada pra depois

Um mistério.

Digo uma vez mais,

Não dá,

Preciso,

Compreendeis...

sábado, 22 de agosto de 2009

Mordidas


Suco de maracujá.

Entre o café da manhã e o

Almoço,

Uma maçã.

...E foram

Tantas,

Lentas,

Intensas &

Suculentas

Mordidas,

Que teria

Deixado

Todo seu

Corpo marcado.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tentativa

Fala de um pândego comendo capim,

No término de um mês sem nome,

Nas vindouras folhas que já secaram,

De um sorriso extraído de uma reminiscência,

De nada,

Ou pretende,

Grita de um fetiche extraviado,

Grita o sangue manchando o lençol,

Grita, a espera, a demora, a falha...

Grita um infundado proceder,

Rumo ao nada,

Ou pretende,

Fala pro rastro do cavalo secando no asfalto,

Pras estórias que são (serão) contadas aos netos,

Pras mentiras sem menção,

Pro café esfriando na xícara desbotada,

Para nada,

Ou pretende,

Fala somente para o que não deve acabar,

Mesmo que (?)...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Prazer em ouvir


Lapso.

Meu “Kind of Blue”

Foi ao chão.

Quase um colapso.

Rápido coloquei,

Play.

Que alívio,

Que prazer.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Súbito

Num repente,
lembrei o nome da cidade;
súbito desinteressei,
fechei o livro
(já era sem tempo)
e fui perambular,
sem nome, sem cais,
mãos nos bolsos,
rangia, tremia ao pensar que
por ventura poderiam
me entender,
me conhecer, mínimo que fosse,
tremi num contentamento;
embora aparente o oposto,
eu cri,
cri possível;
colorido pelo neon vulgar
dobrei a esquina,
rumava pra casa,
tinha que fazer a barba.

domingo, 2 de agosto de 2009

Quase

Eu Valho....................................Em Nada

Eu Falho.....................................Em Tudo

Eu Falo........................................Bem Pouco

Meu Falo...................................Falha


Bem Pouco.............................Eu Valho

No Todo.....................................Eu Falho

Pro Nada..................................Eu Falo

Pra Quem................................Meu Falo