sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Danação




Quase não durmo.  

A carne está viva,
fremente.
Perco horas em dúvidas.
Arpão erguido.
Concentro numa força
cuja descrição se esvai,
talvez centrífuga ou
qualquer outra, atípica, insólita,
                             esdrúxula.  
                            
Carne viva
já nem sei,
áscua  aguda  agonia.
Têmpora que sangra, 
             tez que sua.
                         




Carne ativa  
rijos músculos,
estático olho que perlustra
que não vê
senti terrífico ritmo,
sorve golfadas de sangue,
trêmula, rodopia balança
                         pende.

Violento corte.
Violeta   cor.  Danação.
 
                    

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